Música yotube
Vem e segue-me - GEN ROSSO
Colocarei periodicamente, neste Blog o que vou encontrando dos escritos de minha mana Terezinha Pinheiro, (que são muitos).
Terezinha era Assistente Social da EMATER-PB.
Como um dom
aos que trabalharam com ela, os que tinham sempre contato, os conterrâneos
que ela amava tanto!
Terezinha Pinheiro teve uma morte foi assassinada por um adolescente
que a violentou em assalto em sua residência.
Semore que pronuncio a oração do "Pai nosso", peço ao Pai que o perdoe por tamanhas barbaridades... Que o converta o seu coração, ao amor a Deus e morra sem este grave pecado.
Ofereço sempre a dor de não partilhar da sua presença pela redenção do mundo e a realização do que Jesus pediu em suas últimas palavras:
"Pai que todos sejam um".
Aos que foram presentes
em vida e participaram também de suas lutas e comungavam e continua a lutar por
uma “Civilização do amor”, como dizia Papa Paulo VI e como dizia Chiara Lubich:
"POR UM MUNDO UNIDO”. Avante, amigos (as) !
Livres, sinceros e concretos no amor, no presente como era Terezinha. A sua herança está em cada um de vocês e de todos que conviveram com ela, que continua atuante através de todos nós. Se não, o convido através deste Blog .
Históra de Terezinha Pinheiro Moreira
Terezinha nasceu na divisa entre os estados da
Paraíba e Rio grande do Norte - Uiraúna - PB. Naquela época a cidade de
Paraná-RN não era cidade e tinha ruas que pertenciam ao estado da
Paraíba e outras do Rio Grande do Norte. A nossa casa localizava-se na rua
que pertence á Paraíba por isso sua naturalidade é Uiraúna - PB.
Estudou quando criança em Uiraúna-PB, no Grupo
Escolar Jovelina Gomes e aos treze anos interna no Colégio Francisca Mentes, Catolé do Rocha-PB.
Estudou direito na Faculdade de Sousa-PB, porém deixou curso para se
formar como Assistente Social, na Universidade Federal de Campina Grande-PB.
Colégio onde Terezinha estudou interna Catolé do Rocha - PB. |
Era o Colégio Francisca Mendes, fundado por freiras franciscanas, onde estudava
interna, no início dos anos da década de 1960, em Catolé do Rocha-PB, no alto
sertão da Paraíba, na fronteira do Rio Grande do Norte.
Ao referir-se ao Colégio Francisca Mendes ela
mesma o descreve:
As aulas de Cantos, disciplina curricular não
obrigatória, mas contagiante, pela frequência massiva das alunas de todas as
séries do turno da manhã. As lembranças que povoam minha memória são boas. Hoje
eu compreendo o quanto aprendi naquela época a amar o meu país, a ser cidadã
brasileira. A grande musa das canções, a maestrina era uma freira alemã, muito
branca, alta, elegante apesar do hábito longo, afilada, de óculos e de voz
incomum, Madre Ismolda O.F. Aquelas canções ficaram profundas em meu ser
sensível.
Geralmente elas vêm a minha mente, às vezes uma, às
vezes outra... E eu canto baixinho com coração para mim mesma, não com saudade,
mas com o coração.
Missa de Formatura Terenha Pinheiro |
Ela começou o seu trabalho na EMATER-PB em Sousa-PB. Depois nas seguintes cidades :
Em Sousa-PB, Guarabira- PB, Itabaiana-PB, Ingá-PB, PIRPIRITUBA-PB, Princesa Isabel-PB, Serra Branca-PB, Campina Grande - PB e João Pessoa-PB que lhe deram uma grande riqueza na troca de experiências com seus colegas de trabalho, técnicos e agricultores paraibanos.
Momentos do seu trabalho |
Nestas cidades ela semeou o seu grande amor pelo cultivo sustentável da terra e a organização dos Agricultores em Associações. Hoje podemos notar que a Paraíba é um dos estados que mais Associações de agricultores e, também uma das maiores produções de produtos orgânicos
Desde jovem era atuante nos movimentos estudantis e
sociais. Foi da CUT-PB e segundo José Gilson Araújo e outros colegas ela foi
uma das primeiras fundadoras deste sindicato e foi quem criou junto aos seus
colegas de trabalho o SINTER-PB (Sindicato dos Trabalhadores de
Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba). Inclusive a sigla. Ele
presenciou este momento.
Foi também uma das primeiras formadoras de líderes
sindicais e da CUT-PB.
Foto: Terezinha Pinheiro |
Na sua trajetória estudantil e como assistente social era uma forte
líder sindical
Um de seus colegas José Elias da EMATER
trabalhou com Terezinha no SINTER-PB se expressou:
Terezinha Pinheiro foi para mim uma colega
inesquecível, estivemos juntos durante longo tempo não só na luta de nossas
atividades de Extensão Rural na EMATER-PARAÍBA, mas também, em nossas lutas
sindicais junto ao SINTER-PB, ela sempre foi uma pessoa determinada, sempre na
linha de frente em defesa dos mais humildes, principalmente do agricultor
familiar. Com certeza DEUS NA SUA SAPIÊNCIA, já a recompensou pelo seu trabalho
sério e dedicado em defesa dos mais pobres. Que DEUS a tenha em sua glória,
jamais a esquecerei!
Abraçava esta causa que deixou escrita neste pequeno cartaz e guardada
com carinho ao lado da foto:
Foto: Terezinha Pinheiro |
"A fome denigre a pessoa humana e envergonha a nação”
Terezinha participava do Movimento dos Focolares e fazia parte do Movimento Humanidade Nova há tempos atrás e tinha voltado atualmente com um grupo lançando-se no Projeto Cidade, colhendo quase duas mil assinaturas na Paróquia Nossa Senhora do Rosário. Empenhada num sonho de humanização da cidade elaborou um Projeto para a Praça em frente à Igreja do Rosário na Prata - Campina Grande e entregou com o grupo, junto com as assinaturas recolhidas ao prefeito eleito de Campina Grande. E estava ajudando ao Natal solidário da terceira idade da Paróquia do Rosário. Ela deu um testemunho vivo da perfeição na caridade cristã com seus familiares, na bondade e na harmonia de seu apartamento que deixou impecável. Até com lanchinho na mesa como se estivesse nos esperando. (Quando chegamos eu e meus sobrinhos Marcelo e Claudia e amigas, após o seu funeral). Um rastro de santidade a sua perfeição e harmonia em tudo da sua casa. Eu tinha a impressão de está pegando em coisas sacras, tal era a harmonia em cada parte, gavetas, guarda-roupa, etc.
Com todos que me telefonaram, pelas mensagens, pelos que me visitava
ela tinha tido um contato, uma visita antes de partir.
Tatica é a da esquerda |
Tatica é casada com um primo nosso. Tatica teve um
AVC e encontra-se na cama e mais em casa porque não andava sem o apoio de
alguém. Terezinha chegando à Uiraúna- PB convidou - a para passar um domingo na
cidade de Paraná-RN para que Tatica pudesse visitar seus familiares. Tatica
mesmo com dificuldades foi incentivada e encorajada por ela a sair daquele
leito e de casa. Tatica se sentiu tão amada com este seu gesto! Assim se
expressou:
Nunca mais tinha saído! Foi um dia de paraíso que passei ao lado
dela. Ela com um cuidado esmerado o dia todo. Ela sempre me visitava logo.
Assim que chegava.
Pude perceber que somente uma pessoa imbuída do Espírito Santo poderia
conduzir tudo, anotar, entregar e confiar a continuação de seus projetos a cada
um.
Momentos do seu trabalho |
Terezinha e colegas de trabalho
Em várias situações. Também em relação aos
bens na sua última visita a minha casa em Brasília ela dizia da alegria que
sentiu em desfazer-se de muita coisa supérflua por ocasião de umas enchentes
ocorridas, na Paraíba.
Uma de suas características era querer fazer o outro crescer,
desenvolver-se. Como pessoa ou como trabalho ou empresa.
No dia que Terezinha partiu para o céu eu estava no IML de João Pessoa,
quando chegou um casal donos da Loja onde ela comprava materiais de construção,
no Valentina Figueiredo - PB, acompanhados de seu filho de mais ou menos
dez anos. Fiquei impressionada como esta criança queria bem a Terezinha. Ele me
dizia que Terezinha o incentivou a gostar da leitura e dos seus estudos... E
gostava muito quando ela chegava à loja, pois conversava sempre com ele lhe
dando muitas dicas boas de leitura. Momento de comoção e infinita gratidão a
presença dela naquele momento que me fez sair daquele momento do cume da dor ,
vê-la daquela forma que não me convém descrever, para doar-me e perder aquela
dor para amar esta Senhora.
Portaria do Edifício Santa Mônica Campina Grande -PB |
Portaria do Edifício Santa Mônica - Campina Grande -PB
Vando o zelador do Edifício Santa Mônica onde ela morava em Campina Grande contou-me o quanto Terezinha lhe ajudou quando ele enfrentou uns momentos de grande sofrimento após a morte de um tio.]
Quando cheguei a Campana Grande, na entrada de seu
apartamento, estas flores estavam lindas e recepcionavam a entrada da garagem.
Terezinha tinha um relacionamento fraterno com o
pessoal da recepção do Bloco:
Seu Pereira, Valdete e Vando. Seu
Pereira estava na última vez quando ela foi para João Pessoa e não mais voltou.
Saiu muito feliz!
Eles não
se cansavam de contar tantos fatos em que ao participar de suas vidas Terezinha
os tinha presente. Era um lanche de vez em quando, o cuidado com a família
deles. O carinho pelas plantas e como cuidar delas. Ela passava para eles.
Valdete era uma delas. Começou também a
pintar quadros e me dizia o quanto Terezinha a incentivou e ajudou no início
lhe dando cavaletes, telas. Terezinha até dizia para Valdete que estava
procurando um lugar para seu ateliê, pois no apartamento tinha o cheiro das
tintas e dizia para Valdete:
Lá pode ser seu lugar também! Era
característica sua ajudar o outro a crescer e realizar-se como cidadão em todos
os sentidos. E como estes funcionários cuidam deste bloco e trabalham
com amor! Gratidão infinita a todos eles!
Terezinha colocava a Palavra de Vida no quadro que ficava na
garagem, no mural da recepção e entregava a eles todo mês.
Presenciei nos quarenta dias que passei em Campina
Grande - PB o quanto estes funcionários assimilaram esse espírito de
fraternidade e serviço, edificados com a Palavra. Homens novos como diz São
Paulo. O homem revestido de Cristo. E Chiara afirmava que ambientes assim são
como "pequenas estrelas", "células de vida" que irradiam a
presença de Jesus ressuscitado, vivo entre os homens.
Acolhida e abrigo a família do
Sr. João.
Terezinha morava em Campina Grande e
estudava. Naquele período ela recebeu uma casa num bairro de João Pessoa. Ali
ela conheceu esta família e acolheu nesta casa. Muitas amigas vendo a situação
desta família onde a bebida também fazia parte, ela não se cansava de acreditar
neles que através do trabalho iriam conseguir mudar de vida.
Mesmo com o salário apertado Terezinha compra
um terreno e enquanto o terreno não sai, acolhe por vários anos esta família.
Paga mensalmente pelo terreno que hoje já é de propriedade os abriga felizes
com seus filhos que la estão encaminhados para a vida.
Seu João hoje vive feliz e melhorou da
bebida.
Lágrimas que se tornam música
Depois que Terezinha partiu para o céu, fiquei entre Campina e Grande-PB e João Pessoa-PB. Ao desmontar o seu apartamento vi realizado a frase do evangelho:
“Sede perfeitos como vosso Pai é perfeito”. Tinha a impressão que tudo era sagrado pela organização de tudo... Não tinha nada fora do lugar... Dentro e fora dos móveis e da casa. E era lindo observar a simplicidade, só o essencial.
No ano anterior um açude arrobou numa das cidades da Paraíba. E
ela me liga feliz. Estou só com o essencial. Mandei tanta coisa para as pessoas
que precisavam e estou tão feliz!
Dizia-me:
Faça
você também assim. A gente fica tão livre!
A mudança
Nesta época ela viajou para o sertão com seu
Euclides com o carro cheio de livros e armários para a Casa Paroquial de
Paraná-RN que foi palco da nossa infância, pois queria ajudar a fazer uma
Biblioteca comunitária para aquela cidade.
Entre Campina Grande e João Pessoa depois que minha
sobrinha partiu fiquei só. E eu não conhecia bem a cidade. Porém a organização
da agenda de Terezinha era como um guia para mim... Por exemplo. Precisava de
uma pessoa para transportar as coisas. Encontrei logo: Seu Euclides transporte.
Ao ligar para seu Euclides ele e sua esposa
ficaram profundamente sentidos.
Combinei com ele a viagem para o sertão.
Quando colocamos tudo no caminhão e íamos saindo do Valentina vieram-me as
lágrimas... Entrei no carro segurando o pranto ao fechar a porta da casa agora
vazia que era o seu refúgio, seu lugar de descanso, pois lá ela dormia bem e
gostava muitos dos vizinhos e do Bairro Valentina de Figueiredo.
Estava comigo também a Margarida que me
ajudou em tudo. Ao me sentar no carro envolta pela emoção Seu Euclides olhou
para mim e já com um CD na mão. Falou-me:
A senhora não chore. Sua irmã é uma santa. Pessoa
de qualidade... Vou lhe contar agora a história desse meu CD.
Quando viajei com ela eu comecei a cantar as
músicas de minha composição e ela deu-me uma aula sobre liderança e de como
deveria lutar pelos meus sonhos.
Ao
voltar da viagem procurando agir como ela me incentivou comecei a participar do
terço dos homens. Hoje sou o presidente do Terço dos homens na minha paróquia e
sou sempre chamado pelo Padre para atuar em tantos momentos só não assumo
outras atividades porque não posso. O padre vendo as composições que fiz pediu
para compor uma música para os excluídos. Para concluir aqui está o CD que Dona
Terezinha me incentivou a gravar.
Fomos à viagem escutando o CD que foi como se
Terezinha me dissesse:
A minha vida continua nas pessoas simples que hoje
são felizes pelo dom de suas palavras. Do seu jeito de parar para ouvir cada
pessoa e depois fazer tudo para que cada um conquistasse os meios de prosperar
e vencer na vida.
Assim as minhas lágrimas se transformaram em música
e alegria pela conquista do seu Euclides e de colher em cada momento que passei
naquela cidade os frutos da vida de minha irmã. De sua vida que c
Terezinha colocava a Palavra de Vida no quadro que ficava na
garagem, no mural da recepção e entregava a eles todo mês. Hoje continua
florescendo e sempre me proporcionando a fé que ela soube muito bem irradiar.
Estas simples experiências refletem fleches de
luzes deixadas por Terezinha Pinheiro que me faz descobrir tantos frutos ao seu
redor... E era isso que ela deixou num de seus escritos:
E a
"Humanidade Nova" da qual ela fazia parte
avança a partir de cada um de nós com vizinhos e quem nos circunda.
Uma jovem amiga de Terezinha contou-me que estava
um dia na igrejinha da Praia de Jacumã - PB. E dizia-me o quanto Terezinha
tinha influído nos rumos de sua vida para não deixa-la cair no pecado:
Naquela época ela namorava a um rapaz o qual
era casado.
Diante de sua formação cristã ela sabia que era
errado, mas não encontrava força para romper com aquele
relacionamento. Assistia a missa ao lado de Terezinha num domingo pela
manhã e no momento de receber Jesus eucaristia, Terezinha levantou-se
virou-se para ela e disse:
Vamos!
Aquele chamado expressivo de Terezinha a fez
levantar-se e no percurso até o momento de receber Jesus, ela com a alma
disposta a recebê-lo, pedia a Deus força para romper com aquele relacionamento.
Encontrando-se depois com este rapaz falou de sua
experiência e pediu-lhe que voltasse para sua família.
Ela me dizia que Terezinha nunca soube desta grande
ajuda que tomou outra direção em sua vida e passou a beber da fonte que é a
presença de Jesus eucaristia, sua vida.
Contou-me também que sempre no dia de seu
aniversário ela ia, pessoalmente com uma lembrancinha a sua casa.
Ela partiu sem saber deste grande fruto, desta
graça enorme em sua vida e de seu maior relacionamento com Deus.
Duas senhoras da terceira idade haviam caído nesta praça e uma dela fraturou os dois punhos.
Nos jardins da vida, sou tão livre e feliz comigo mesma, com as pessoas e com Deus - como uma borboleta, uma flor que ainda perdura o encanto e a ventura , apesar do tempo! Terezinha Pinheiro Moreira |